ROGER WATERS: Fala sobre Pink Floyd e em nova turnê para 2016


Em uma extensa entrevista para o site haaretz, Roger Waters falou sobre o Pink Floyd, que planeja lançar um novo álbum em 2016 e realizar uma turnê de divulgação de suas novas músicas. Abaixo esta um pedaço da entrevista onde ele fala sobre o Pink Floyd e abaixo da entrevista o trecho dele tocando a nova Crystal Clear no Newport Folk Festival que foi realizado em Julho passado. 

Vamos falar sobre o Pink Floyd.
“porque não?”
Parece que este capítulo esta totalmente encerrado para você. Você escuta Pink Floyd de vez enquando? Os discos antigos? Quando foi a última vez que você ouviu o “Dark Side of the Moon,” por exemplo?
“Provavelmente na ultima vez que fiz um turnê. Apenas para lembrar exatamente os estavam os arranjos e como nós colocaríamos as músicas.”
Sem Nostalgia?
“Nostalgia? Ah sim, Claro. Quero dizer, o trabalho que nos fizemos de 1965 até quando eu sai – que foi 1985, então, estes 20 anos – foi muito trabalho, e eu acho que muito dele ficou muito bom. E com certeza também foi muito divertido fazer, Trabalhar é mais divertido do que a diversão. O trabalho é a verdadeira jogada, pra mim com certeza. Eu sou mais feliz quando estou trabalhando.”
Não havia como ter continuado?
“Não, as pessoas se separam, você sabe. Éramos quatro pessoas diferentes  – bem, depois que Syd ficou louco e então David se juntou ao grupo, ai ficamos apenas nós quatro – e éramos pessoas muito diferentes. Eu fiz um amigo no grupo. Que é o Nick Mason; eu nunca fui muito próximo de Rick Wright e David Gilmour, e nós nos afastamos filosoficamente e politicamente – e até musicalmente. E David e eu começamos a realmente a ter atrito depois do ‘Dark Side of the Moon.’ E esses atritos continuaram por ‘Wish You Were Here,’ ‘Animals,’ ‘The Wall’ e ‘The Final Cut.’ Portanto essa foi a única forma de parar isso.”
E você acha que é irreversível?
“Ah sim claro.”
Mesmo depois da reunião para o Live 8, em 2005? 
“Sim, mas apenas fizemos isso. E a performance foi muito boa, foi agradável. Mas definitivamente reforçou o fato de que 23 nos antes [quando gravamos ‘The Final Cut], eu tomei a decisão correta de não ter mais nada haver com eles novamente.” 
Quando você e David Gilmour se falaram pela última vez?
“tivemos contato ano passado.” 
Você disse algumas coisas duras sobre ele no passado. Algum arrependimento? 
“Não, e porque eu teria? Quer dizer, depois que eu sai e eles continuaram os três, foi um período difícil porque eles obviamente estavam indo muito bem e eu confesso que eu nunca pensei que eles conseguiriam – mas eles conseguiram.” 
A sua atividade política pode ser uma forma de disfarçar isso? 
“Disfarçar o que?” 
A dor de ser menos bem sucedido do que eles foram. Essa é a sua forma de compensar isso? 
“Eu fui pra estrada – na verdade fui bem mais sucedido do que éramos com o Pink Floyd, e certamente fui mais bem sucedido do que eles eram quando foram pra estrada sozinhos. Então não carrego um grande sentimento de fracasso, e existe ainda aquele grande sentimento de carinho que as pessoas carregam pelo trabalho que fazemos – e esse sentimento cobre tanto eu quanto David e Rick.”  
A percepção comum é que as pessoas querem ver vocês juntos novamente. 
“Bem, eu entendo isso e acho também extremamente irritante, porque eu não estou preso nisso, eu estava nisso. Isso foi o que fiz da vida por 20 anos, mas foi uma mentira nos últimos anos. Não era mais um relacionamento de trabalho saudável.” 
Mas no começo, pelo menos  – Era um relacionamento romântico da mesma forma que vimos do lado de fora? 
“era apenas quarto ou cinco jovens tentando fazer uma grana e conseguir transar, como qualquer outro grupo. Isso é o que era. Nós levamos a musica muito a sério.”
O Pink Floyd foi a melhor banda de todos os tempos? 
“Não faço ideia. Não estou interessado nisso.” 
Você consegue definir qualquer outro grupo como o mais importante? Como o melhor? O mais influente? 
“Não, não consigo. Existem alguns nomes que podemos pegar, e compositores. Como por exemplo, John Lennon é um compositor muito importante, assim como Paul McCartney. Assim como Neil Young, Bob Dylan, assim como John Prine. Eu poderia falar por uns 20 minutos e ficar sem nomes. Quem mais? Não existem muitas bandas de rock ‘n roll que eu escuto ou que importe.” 
Então o que você ouve?  
“Na verdade nada, eu não ouço musica. Quando estou jogando cartas com Laurie, escutamos Chet Baker. Isso é tudo que ouvimos – os mesmos cinco CDs. Exceto pelo fato de que o CD player esta quebrado. Ontem eu não consegui fazer ele funcionar.” 
Então você não esta atualizado? 
“Não.” 
Por que não existem mais grupos como o Pink Floyd, Beatles Rolling Stones?
“Essa é uma área que eu não sei nada sobre ela, porque não estou interessado nisso, nunca fui. Bem, talvez quando eu era jovem e estava interessado um pouco em musica pop. Quando eu tinha 12, e surgiu o ‘Hound Dog’. Havia algo de romântico no mundo da fama e em ser uma celebridade, isso atrai as crianças. Mas logo perde seu brilho e se torna outra coisa.”





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